Prefeito da cidade mais pobre do Acre deve ter 90% de reajuste salarial
Já está na Câmara de Vereadores do município de Jordão, o projeto de lei de autoria do executivo conhecido como “pacote de bondades” que prevê aumento de até 90% nos salários do prefeito reeleito, Elson Farias (PCdoB), dos vereadores e dos secretários municipais. O vereador Guedes Oliveira (PSDB) confirmou que a proposta entra em pauta assim que Farias voltar de férias.
“Esse projeto foi apresentado antes das eleições, mas como era difícil reunir os vereadores para votar, ficou para agora, antes do recesso”, comentou Guedes. O tucano afirmou que existe uma articulação para que o projeto seja aprovado. O aumento é de 90% no salário do prefeito que pularia de R$ 8 mil para R$ 14 mil.
O salário do vice sofreria um reajuste de 100%, passaria dos atuais R$ 5 mil para R$ 10 mil. Os secretários municipais também estão no pacote de bondade de Elson Farias, estes teriam salários ajustados para R$ 3 mil. Eles ganham atualmente, R$ 2.250.
O menor reajuste previsto é exatamente para quem vai aprovar a matéria, ou seja, os vereadores, que sairiam de subsídios de R$ 3.500 para R$ 5.000. O executivo não informou quais seriam os impactos nos repasses para a Câmara Municipal e na folha de pagamento da prefeitura.
Um morador do município fez um protesto nas redes sociais. Ozenildo Farias afirma que a gestão já gasta 54% com folha de pagamento. Ele lidera um movimento que prevê assim como em outras capitais do país, a ocupação da Câmara para impedir o reajuste.
“Acreditamos no que eles passaram os quatro anos falando, que existia uma crise muito grande, que era preciso cortar gastos e agora, qual a explicação?”, questiona Farias.
Cidade vive na extrema pobreza – Jordão, na mesorregião do Juruá, fronteira com o Peru, ficou conhecida recentemente por ser o município com um dos piores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país. Em uma escala de 0 a 1, a nota obtida pela cidade foi de 0,469, o que faz com que figure na faixa de áreas com pouco desenvolvimento humano.
O município segundo pior em qualidade de vida do estado não consegue esconder sua pobreza. 1.589 famílias dependem da transferência do governo federal através do Bolsa Família e Brasil Carinhoso para sobreviver. Quase a metade da população de 6.557 habitantes é analfabeta. A cidade convive com problemas em todas as áreas e enfrenta uma realidade em que falta quase de tudo, principalmente saúde, educação e saneamento.
Fonte: Ac24horas