Vereador de Rio Branco Raimundo Neném é alvo de operação da PF nesta terça
O vereador Raimundo Neném (PSB), reeleito na última eleição municipal de Rio Branco com 2.555 votos, é um dos alvos na manhã desta terça-feira (28) em Rio Branco (AC) com a decretação de uma nova fase da operação “Sine Vox”, deflagrada pela Polícia Federal. De acordo com a Polícia federal, o vereador se reelegeu comprando votos. Uma segunda pessoa cujo nome não foi revelado também foi detida.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Juiz Eleitoral da 1ª Zona Eleitoral de Rio Branco. Pelo menos oito policiais federais participaram da operação.
De acordo com a Polícia Federal, durante as investigações, verificou-se a existência de indícios de formação de uma organização criminosa com a finalidade de cometer os crimes de corrupção eleitoral, transporte irregular de eleitores e falsidade ideológica eleitoral durante as eleições de 2020 na capital acreana. O alvo da operação é o núcleo administrativo da organização.
A operação é resultado do aprofundamento das investigações referentes à operação deflagrada no dia 20 de maio de 2021, ocasião em que foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, incluindo o gabinete de vereador da cidade de Rio Branco, bem como na residência deste parlamentar.
As investigações tiveram início em março de 2021 após chegar ao conhecimento da Polícia Federal a existência de mensagens, em um grupo de aplicativo de mensagens instantâneas, na qual um dos alvos afirmou que angariou o valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) por ter votado no candidato a vereador nas eleições municipais. O alvo ainda frisou que, se soubesse que obteria aquele valor, teria avisado a todos os componentes do grupo.
Na operação SINE VOX II, quatro pessoas ligadas ao parlamentar municipal são investigadas, suspeitas de serem as responsáveis por organizar o pagamento de votos a eleitores, bem como realizar o transporte ilegal de eleitores no dia das eleições. Somadas, as penas do crime de corrupção eleitoral, transporte irregular de eleitores e organização criminosa podem chegar a 18 (dezoito) anos de reclusão.
O nome da operação, em tradução livre do latim para o português, significa “Sem Voz”, como fica uma pessoa que vende o seu voto, a qual perde o direito de falar – ou seja, de exigir dos seus representantes eleitos melhorias para toda a sociedade.