Feijó 24 horas

A verdade dos fatos
Detentos que fugiram de presídio federal no RN participaram de rebelião que terminou com cinco mortos no AC
Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça são acreanos e foram transferidos para a Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte, onde fugiram nesta quarta-feira (14). Fuga foi a primeira registrada em presídio federal no país.

Os dois acreanos que fugiram de um presídio federal no Rio Grande do Norte na manhã desta quarta-feira (14) participaram da rebelião no presídio Antônio Amaro e que terminou com cinco mortos em julho de 2023.

Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte, e estavam na unidade desde 27 de setembro, data em que 14 presos envolvidos no ataque foram transferidos. Os dois homens também são ligados ao Comando Vermelho, mesma facção de Fernandinho Beira-Mar, também preso na unidade.

Ao g1, a assessoria de imprensa do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) ressaltou que os detentos estavam sob responsabilidade da unidade federal, e que todas as informações sobre os dois fugitivos já estavam à disposição por meio da ficha deles.

Esta é a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios de segurança máxima. A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte confirmou durante a manhã desta quarta-feira (14) que recebeu solicitação de apoio para recaptura e “o apoio está sendo dado”.

Ao g1, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) disse que está a caminho de Mossoró (RN) para investigar os fatos e apurar as responsabilidades do ocorrido.

“A Polícia Federal foi acionada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e está tomando todas as providências necessárias para a recaptura dos foragidos e a apuração das circunstâncias da fuga”, disse o secretário André Garcia.

De acordo com o Iapen-AC, os dois detentos somam 155 anos de condenação. Confira abaixo:

Deibson Cabral Nascimento

Deibson Cabral Nascimento — Foto: Arquivo/Iapen-AC

Deibson Cabral Nascimento — Foto: Arquivo/Iapen-AC

  • Idade: 33 anos
  • Crimes: Assaltos a mão armada
  • Penas somadas: 81 anos de prisão
Rogério da Silva Mendonça — Foto: Arquivo/Iapen-AC

Rogério da Silva Mendonça — Foto: Arquivo/Iapen-AC

  • Idade: 35 anos
  • Crimes: Assaltos a mão armada
  • Penas somadas: 74 anos de prisão

Transferência de presos

Força-tarefa: Ao todo, 14 presos envolvidos em rebelião que deixou 5 mortos são transferidos do Acre — Foto: Asscom/Iapen

Força-tarefa: Ao todo, 14 presos envolvidos em rebelião que deixou 5 mortos são transferidos do Acre — Foto: Asscom/Iapen

Ao todo, 14 presos envolvidos na rebelião que ocorreu no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em julho deste ano, foram transferidos do Acre em uma operação das forças de segurança. Um avião da Polícia Federal chegou na capital acreana no dia 26 de setembro para fazer o transporte dos detentos, que devem ser levados a Brasília, onde a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen) decidiria para qual presídio federal seriam levados.

Em seguida, familiares e advogados serão informados para onde cada um foi levado. A rebelião começou na manhã do dia 26 de julho quando presos renderam policiais penais e tiveram acesso às armas que foram usadas para tomar o pavilhão de isolamento da unidade. Um policial foi ferido com tiro no olho e conseguiu sair do local e outro foi mantido refém. A rebelião terminou por volta das 10h do dia 27 de julho. Cinco presos ligados a um grupo criminoso foram mortos, sendo três decapitados.

Em coletiva, a Secretaria de Segurança Púbica do Acre (Sejusp) informou que os presos transferidos estavam “potencialmente” envolvidos na rebelião, subtração de armas e execuções.

“A transferência foi de presos envolvidos diretamente no fato. Todas as informações são estudas para evitar que qualquer tipo de retaliação possa acontecer. Informes são informes, informação são informes trabalhados. Temos informes de grupos de desfazendo dentro do presídio e vamos trabalhando de forma intensa e intensificando esse monitoramento. O que não se pode fazer é desconsiderar qualquer tipo de informe”, diz o secretário de Justiça e Segurança Pública, José Américo Gaia.

O promotor de Justiça Bernardo Albano, que coordena o grupo de atuação especial no combate ao crime organizado, disse que a decisão da transferência foi dada por um colegiado de juízes após a reunião de algumas provas obtidas na investigação.