DNIT identifica 200 processos erosivos na BR 364-364 apenas entre Sena Madureira e Feijó
A estrada vive um dos piores momentos por falta de recursos para manutenção. O alento é que a recuperação da rodovia foi incluída no plano de ação de 100 dias do governo federal. No entanto, como o Acre está no período de inverno amazônico, caracterizado por chuvas intensas, o trabalho que vai ser feito é apenas paliativo.
De acordo com informações do próprio DNIT, só no trecho entre Sena e Feijó, além dos buracos rotineiros, existem cerca de 200 processos erosivos à beira da estrada que se não tiverem o tratamento adequado vão evoluir e podem comprometer o tráfego de veículos.
Para os engenheiros que conhecem e trabalham na estrada, os processos erosivos têm várias causas como bueiros pequenos, taludes muito inclinados, solo inadequado e falta de contenção na estrada.
A grande maioria está na fase de acostamento, mas a preocupação é que se nada for feito, a situação piore.
O DNIT do Acre, assim como de todos os estados do país, vive um impasse, já que ninguém foi ainda nomeado nas superintendências. O que se sabe, no entanto, é que há uma empresa fazendo o trabalho mais emergencial.
A orientação do departamento é que, por conta do impasse, as informações sobre a recuperação e manutenção da rodovia sejam feitas diretamente com a assessoria de imprensa do DNIT em Brasília. O ac24horas entrou em contato e aguarda um posicionamento do órgão sobre o trabalho.
Agravamento da estrada
A empresária Tamires Moura, que mora em Feijó, interior do estado, teme o agravamento da situação, caso medidas emergenciais não sejam adotadas.
“A estrada está horrível, terrível. E eu só vi manutenção no trecho de Sena Madureira. E um dos medos é que ela chegue a fechar. Acredito que não chegue a fechar totalmente, mas, o tráfico vai ficar bem complicado. Tem empresa que nem quer vir para cá [Feijó] por conta que a estrada é muito ruim. E se não houver manutenção vai ficar bem complicado”, alerta Tamires, que fez o percurso de Rio Branco para Feijó com frequência.
Tamires e a família gastaram 5h30 de Rio Branco para Feijó, em veículo modelo caminhonete, da última vez que se aventuraram na rodovia. “Nós não paramos para nada”, conta a empresária, observando as condições da BR impactam no preço dos produtos.
“As coisas demoram a chegar e isso influencia no preço do frete, que para a nossa região já é mais alto, e com a estrada assim, implica em um custo maior”, ressalta Tamires.
Um taxista que trabalha com o transporte de pessoas na rodovia e preferiu não se identificar, relata que além de prejuízos no veículo, o tempo de deslocamento aumentou significativamente.
“Antes, a gente gastava 4h30 a 5h. Hoje, estamos gastando pelo menos 6h, no percurso entre Rio Branco e Feijó. Tem uns buracos e atoleiros muito grandes. Pelo menos 70% da BR está comprometida, são poucos os trechos que estão bom de andar”, disse.