Em 8 meses, golpista da OLX causou prejuízo de R$ 750 mil a clientes
Conhecida como Golpista da OLX, a vendedora de carros Viviane Pereira dos Santos, 37 anos, faz jus ao apelido. Apenas de janeiro a agosto deste ano, ela teria causado prejuízos de R$ 750 mil às vítimas. A suspeita de estelionato foi presa preventivamente nessa segunda-feira (4/9).
Segundo a investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), só em 2023, 44 ocorrências foram registradas denunciando Viviane como estelionatária.
De pequenos valores, como R$ 1 mil, até R$ 70 mil, a golpista vai somando quantias que chegam perto de R$ 1 milhão, em 60 ocorrências nas quais ela aparece como autora dos crimes, desde 2021. A apuração ainda revelou que os atos ilícitos eram um meio de vida para Viviane.
Golpe no dia da operação
Em 30 de junho, Viviane foi alvo da Operação Gasoline contra a loja de carros Fort Veículo, na Cidade do Automóvel, que praticava crimes de estelionato. Ainda assim, ela não se inibiu e continuou a agir de forma fraudulenta. No mesmo dia, poucas horas após a operação ser deflagrada, a vendedora de automóveis aplicou um golpe com prejuízo de R$ 37 mil.
A nova vítima teria ido à concessionária para comprar um carro e ficou acertado pagar a quantia em três parcelas de R$ 10 mil e em uma de R$ 7 mil. Todas por Pix em depósitos diários.
Após o quarto dia de pagamento, a vítima foi à concessionária buscar o carro que tinha comprado. Quando o cliente chegou ao estabelecimento, segundo o boletim registrado, Viviane teria dificultado a venda, “dizendo que o automóvel estava em uma oficina para realizar um conserto de lanternagem”.
Modus Operandi
O método usado pela golpista também é conhecido pela polícia. Ela aborda as vítimas em sites, como OLX, e identifica quem quer vender ou comprar veículos. Em seguida, a vendedora se apresenta como uma ponte entre o anunciante e um possível comprador.
Viviane então aproveitava da estrutura do comércio para enganar as vítimas. “Trata-se de uma loja física de grande porte, com vários carros no local, inclusive de luxo, o que passava muita credibilidade aos clientes, induzindo-os a caírem no golpe”, destaca a investigação.
Para disfarçar, Viviane tinha o hábito de mudar o nome da loja. A empresa teve o CNPJ de Vivi Mulitmarcas, com o nome fantasia W Serra Multimarcas. A loja fechou, e ela abriu em seguida Alvo Multimarcas, que também fechou. Depois, ela trocou por Gasoline e, em seguida, Fort Veículos.
“As empresas, apesar de possuírem diferentes nomes fantasias, possuem o mesmo CNPJ. Diante dessa conduta, observa–se que as lojas físicas com o nome fantasia são fechadas, após breve período de existência, e os nomes são trocados justamente porque as empresas ficam com uma má reputação diante de tantos golpes que comete”, acrescenta a investigação.
Ao longo da carreira de golpista, a investigada já assinou 12 termos circunstanciados em que é autora de crimes de ameaça, injúria, lesão corporal, entre outros.
Por fim, o relatório ainda conclui que Viviane tem conhecimento da profundidade das investigações. “Fechou sua loja física e deve estar se desfazendo de bens ou valores que possam ser alienados para diminuir o prejuízo das vítimas, bem como destruindo provas, tudo que demonstra o perigo à ordem pública e financeira”, finaliza o documento.