Fronteira do Acre foi uma das entradas do crack no Brasil, diz CNM
O histórico do uso de crack no Brasil data do início da década de noventa. A entrada da droga no país era realizada principalmente pela Colômbia, nas fronteiras com Acre, Roraima e Amazonas. A droga se disseminou inicialmente no estado de São Paulo e, depois, se popularizou. Porém, o maior espaço físico de concentração de uso é mais recente. O local é conhecido popularmente como cracolândia, estabelecido na região da Luz na cidade de São Paulo.
Sua origem, segundo pesquisadores, teve como ponto de partida a facilidade que dependentes químicos têm para ganhar dinheiro pedindo esmolas, cuidando de carros e realizando outros pequenos trabalhos. Próximo ao referido local, existem centros de acolhimento e hospitais, e o possível acesso a algum tipo de tratamento também chama a atenção dos usuários da droga.
Intervenções ineficazes
O fato é que o local é objeto de inúmeras ações durante o passar dos anos, considerando-se diversas trocas de governo. Porém, nenhuma delas mostrou-se eficaz.
A mais recente intervenção ocorreu neste domingo, 21 de maio, em uma parceria da prefeitura com o governo do Estado. Com 900 agentes, as polícias militar e civil prenderam 51 pessoas, dentre eles, membros de uma rede de tráfico de drogas. Houve a derrubada de barracas, que serviam de base para distribuição de drogas e a retirada de dependentes químicos do local.
Observações CNM
O Observatório do Crack, uma iniciativa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), acompanha a questão desde meados de 2010. Para a entidade, que serve de apoio a debates sobre a temática e possui diversos estudos e pesquisas, o problema do uso de drogas no Brasil é crônico e envolve muito mais do que força policial. A tônica precisa ser expandida para uma visão que abrange questões sociais, de saúde, urbanísticas e culturais.
A grande questão é que os serviços de saúde mental substitutivos ao modelo manicomial, a exemplo de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Serviços de urgência psiquiátrica, são insuficientes no país. O problema abarca Municípios de pequeno, médio e grande porte.
Na avaliação da CNM, as políticas públicas sobre drogas necessitam buscar por alternativas que possam promover a interação no atendimento aos dependentes químicos, englobando a redução de danos, o tratamento aos dependentes e sua reinserção social. Com informações CNM