Senador quer que preso restitua estado por gastos durante sua estadia em presídio
O Acre possui hoje 6.600 detentos nas unidades penitenciárias estaduais, ao custo mensal de R$ 1,9 mil por cabeça. Segundo dados da assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), o total despendido com a atual população carcerária no Acre é de R$ 160 milhões por ano.
Esse valor está abaixo da média nacional, calculada em R$ 2,4 mil por detento. São Paulo é o estado que menos despende recursos com a sua população carcerária (R$ 1.450 per capita), enquanto no Amazonas esse valor é superior a R$ 4,1 mil.
Parte dos recursos para a manutenção dos presídios vem das dotações orçamentárias dos estados e da União. Mas o senador Waldemir Moka, do MDB do Mato Grosso do Sul, propõe que os detentos sejam obrigados a arcar com as despesas decorrentes de sua passagem pelo sistema prisional.
O Projeto de Lei (PL) 580/2015, de autoria de Moka, entrou ontem (21) na pauta de discussão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado da República.
Seu objetivo é alterar a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, que em seu artigo 10 obriga o estado a arcar com a assistência ao preso – entre as quais a oferta de serviços sociais, jurídicos, educacionais e de saúde.
Caso aprovada, a proposta obrigará o preso a ressarcir os cofres públicos pelas despesas decorrentes de sua permanência na unidade prisional. Isso, de acordo com o projeto, poderia ser feito mediante recursos próprios ou por meio de trabalho.
A reportagem tentou obter uma declaração do secretário de Segurança Pública do Acre, Vanderlei Thomas, mas a assessoria da Sesp informou apenas os dados relativos ao número de detentos existentes no Acre e o custo que eles representam para os contribuintes.